segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pseudociência (3)

Certamente que toda a gente já ouviu falar da homeopatia. Uma das pseudiciências mais populares nos dias de hoje, e popularidade essa que vem dos tempos em que a medicina geral era praticada por barbeiros e nem se imaginava que lavar as mãos podia salvar vidas! A chance de sobreviver era maior se o indivíduo ficasse em casa em vez de ir ao barbeiro médico.

A homeopatia foi inventada pelo Sr Hahnemann que baseava seus tratamentos no preceito de que “semelhante cura semelhante” (assim como as vacinas induzem a imunidade pela administração de doses inertes do agente patogênico…Chico esperto hein?). O Sr Hahnemann e seus seguidores acreditam que os sintomas apresentados por uma pessoa doente podem ser eliminados por substâncias que causam esses mesmos sintomas em uma pessoa saudável- é “lei dos semelhantes”.

Existe ainda a “Lei dos Infinitesimais”, que defende que quanto menor for a concentração de uma substância, mais poderosa ela é em combater seus próprios efeitos. Em outras palavras, uma substância que em certas concentrações causa certos efeitos, em concentrações “contrárias” causará efeitos “contrários. Brilhante!!! Os homeopatas esquecem é que esta lei desafia as leis físico-químicas como de Avogadro, que diz que conforme você dilui uma substância, em algum ponto a solução vai passar a não ter mais uma molécula sequer do princípio ativo original.

Outra maravilha da homeopatia: a água tem memória, e se “lembra” das substâncias com que manteve contacto, mas nem vou me dar ao trabalho de falar.

Agora vamos a verdadeira ciência. O que é placebo? “É uma substância inerte a que se atribuem  propriedades terapêuticas, e que, ingerida, pode produzir um efeito curador não atribuível a suas propriedades reais.”

Toda medicação administrada, além do seu efeito real ou farmacológico, tem também um efeito placebo. Quando um novo medicamento é testado, o efeito placebo deverá ser levado em conta na elaboração dos testes. Um procedimento utilizado é o chamado “duplo-cego”, em que existem dois grupos de pessoas, o grupo experimental e o grupo de controle. Ao grupo experimental se administra o medicamento convencional, e ao grupo de controle, o placebo. O pesquisador só deverá saber que pessoas receberam ou não o medicamento, após ter em mãos os resultados completos dos testes, para evitar quaisquer distorções de observação.

Um  caso clássico foi relatado em 1957 pelo psicólogo Bruno Klopfer, da Universidade da Califórnia (em Los Angeles): O Sr. Wright sofria de câncer terminal quando soube de um novo medicamento, o Krebiozen, e insistiu em ser tratado com ele. Sr. Wright recebeu a primeira injeção em uma sexta-feira, quando já estava febril e acamado. Poucos dias depois já passeava pelos corredores do hospital e conversava com as enfermeiras, os tumores se reduziram à metade do tamanho. Dois meses depois a eficiência do Krebiozen foi desacreditada na mídia, o Sr. Wright ficou abalado e teve uma recaída. Seu médico resolveu enganá-lo e explicou-lhe que o efeito da medicação expirava depois de certo tempo, mas que já existia um novo Krebiozen potencializado, duas vezes mais eficiente. O Sr. Wright se animou, e o médico aplicou-lhe uma injeção que não continha o medicamento. Mas o Sr. Wright mesmo assim melhorou e os tumores desapareceram.

Os remédios homeopáticos representam um grande  negócio e são anunciados como eficazes sem que jamais tenha sido demonstrado que eles têm algum efeito. Como "ciência" (sic) clínica, a homeopatia nunca conseguiu comprovar efeitos maiores do que o placebo. O testemunho pessoal está presente em toda parte, mas isso não serve para demonstrar coisa nenhuma, em razão do notório poder do efeito placebo.

Por outro lado, reparem como os homeopatas sempre apelam para "autoridades" que não tem nenhuma respeitabilidade científica na medicina, alguns sendo de 2 séculos atrás, como o Hahnemann. Em resumo, A "teoria" da homeopatia é um conjunto confuso de inverdades, afirmações erradas, coisas que nunca foram e nunca serão provadas”.

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